Paraty/ RJ

Pensando em um lugar novo pra nós que pudéssemos ir de carro, mas que não fosse tão longe e cansativo, escolhemos Paraty.
Município no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, junto ao oceano e entre dois rios e, por estar localizada quase ao nível do mar, muitas de suas ruas são periodicamente inundadas pela maré.

Saímos de Jundiaí/ SP por volta das 7h e chegamos perto das 14h, com uma parada para tomarmos café da manhã, parada em Cunha para conhecermos O Lavandário e uma última pausa na Cervejaria Wolkenburg antes de realmente chegarmos em nosso destino final.

A ideia era irmos até a pousada, fazer checking, deixar a mala e então procurar um lugar para um almoço rápido, devido ao horário.
Paramos o mais próximo da pousada, segundo o GPS indicava. O que não vimos é que a rua da pousada não passa carro. Logo teríamos que deixar o carro por ali e seguir a pé. Até tentamos passar pela Rua Aurora para chegar ao estacionamento do cais, mas a maré estava alta e não conseguimos passar; deixamos o carro por ali e só no dia seguinte pela manhã conseguimos tirar, quando a maré é mais baixa. Reservamos com a Pousada Arte Urquijo Paraty direto com eles, por e-mail, ficando 3 noites, R$ 1.774,80.

Pousada Arte Urquijo
A fachada branca, com portas e janelas coloridas de um antigo sobrado do século XVIII, numa rua de pedras irregulares no coração do Centro Histórico. Ahh, essa fachada esconde um tesouro que é a pousada.
Ao entrar, logo nos mostraram a recepção, salas, bar, área do café da manhã e, enfim, o quarto. Ficamos encantados com cada detalhe, tudo muito caprichado e aconchegante. São apenas 6 suítes, cada uma com uma decoração e com um visual panorâmico secreto. Todos os ambientes são decorados com quadros, esculturas e outras artes.
A piscina é simples, mas tamanho legal, não entramos, pois a água estava bem fria por não bater sol.
O quarto fica no andar superior, subido alguns degraus estreitos de madeira, não é grande, mas muito confortável, com pequenas janelas com vista para a Igreja Santa Rita e cais de Paraty. O banheiro realmente é minúsculo, mas não que seja um ponto negativo.
Gente, o que falar do café da manhã?? Desde a pequena área, a mesa mais charmosa no deck para a piscina, louças estilo coloniais e, claro, as várias opções de doces e salgados fresquinhos. É servido tapioca, omelete e crepe de maçã, feito na hora e atendendo a pedido. Destaque para este último, podemos dizer que é nossa melhor lembrança da viagem!! Ahh, à tarde, é oferecido um café, menor do que o da manhã, mas bem gostoso.

Centro histórico
Considerando pela UNESCO como o conjunto arquitetônico colonial mais harmonioso, é Patrimônio Nacional tombado pelo IPHAN. O calçamento estreito em pedras pé de moleque e as casas com portas e janelas coloridas são as principais marcas do local.
O Centro Histórico possui 4 igrejas, cada uma foi sendo destinada a uma camada da população: senhoras aristocratas, escravos, homens pardos libertos, etc. Não entramos em nenhuma delas, apenas tiramos fotos da fachada. O que não sabíamos era que nessa época acontece a Festa de Nossa Senhora dos Remédios. Percebemos a movimentação na Igreja de Santa Rita, que é bem perto do hotel e a decoração das ruas. Faz parte dessa festa procissões com translados de Santos entre as igrejas.

Igreja de Santa Rita
É o eterno cartão postal da cidade e a igreja mais antiga da cidade em virtude da demolição das capelas de São Roque a da antiga matriz.
Edificada em 1722 pelos pardos libertos, nela funciona hoje o Museu de Arte Sacra de Paraty, sob a responsabilidade do IBRAM.

Igreja Nossa Senhora das Dores
Foi construída no ano de 1800 por mulheres da aristocracia paratiense. É também conhecida como “Capelinha”. A torre desta igreja, como a da Santa Rita, tem sobre a cúpula um galo marcador da direção dos ventos.

Igreja de Nossa Senhora dos Remédios
A primeira capela foi demolida e em seu lugar construída uma igreja maior. Depois de 75 anos, a igreja ficou pequena para a população, iniciando assim a construção de um novo templo em local perto da antiga igreja. Por motivos financeiros, tiveram várias paralisações até que a Dona Geralda Maria da Silva, nomeada Dona do Paço pelo Imperador Dom Pedro II, custeou e administrou o final da obra entregando ao público em 7 de setembro de 1873. Houve procissão para transportarem as imagens da Igreja de Santa Rita para a Matriz, costume que se conserva até os dias de hoje.
As torres são inacabadas, bem como o fundo da edificação. Acredita-se que isso aconteceu não só pela falta de recursos e mão-de-obra escrava, mas também porque a igreja teria afundado, inclinando-se para frente, devido à inconsistência do terreno onde foi construída.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
Conhecida simplesmente como Igreja do Rosário, está localizada na Rua do Comércio, no lugar mais central do Centro Histórico. Destinava-se aos pretos escravos que ajudaram na sua construção.

Praça da Matriz Paraty
É ao redor da maior praça do Centro Histórico que estão os casarões mais ostensivos de Paraty (com dois andares e varandas) que antigamente abrigavam as famílias mais ricas do Brasil Colonial. Hoje, nos pisos inferiores, funcionam bares, cafés e restaurantes charmosos.

Trindade
No dia seguinte à nossa chegada, fomos até Trindade que está localizada a 30km do trevo de Paraty.
Deixamos o carro num estacionamento e seguimos a pé, com a intenção de ir até o Cachadaço e depois procurar pela pedra que engole. Para chegar até lá, pode-se seguir por uma pequena trilha que sai da Praia do Meio, passando sobre o morro que separa as duas praias.

Praia do Meio
É a praia mais fotografada das praias de Trindade, devido às belas imagens feitas por aqui por conta de suas duas pequenas baías separadas por uma formação rochosa. Tem uma boa área de água rasa com ondas suaves.
Há alguns anos alguns bares se instalaram no local, mas foram retirados, pois esta área pertence ao Parque Nacional da Serra da Bocaina. Apesar disto, devido à pouca fiscalização, é comum encontrar vendedores de comidas e bebidas com barraquinhas improvisadas na areia.
Em um dos cantos deságua um pequeno riozinho, que, aliás, não é aconselhável banhar-se neste trecho do rio. Neste local sai uma trilha que leva à Praia do Cachadaço.
Na volta, paramos por aqui para aproveitar à tarde na praia e para comer.
O pessoal do bar e restaurante da Lau fez muita propaganda da porção de camarão e acabamos pedindo o camarão médio, R$ 80. Realmente estava boa e caprichada.

Praia do Cachadaço
A Praia do Cachadaço é muito bonita, com uma faixa de areia larga e extensa, rodeada de mata atlântica. O mar é agitado, com ondas e uma correnteza perigosa.
No meio da praia há uma única casa de uma antiga moradora onde funciona um barzinho.
Do outro lado da praia sai uma trilha que leva à Piscina Natural do Cachadaço. Só passamos por aqui e seguimos a trilha.

Piscina Natural do Cachadaço
É uma piscina que se formou com a água do mar protegida por enormes pedras vulcânicas.
É possível chegar até aqui a pé, atravessando a trilha que sai do canto da Praia do Meio e leva à Praia do Cachadaço, e depois de cruzar esta praia pegando outra trilha que leva até a piscina natural. Este trajeto leva mais de 30 minutos. É possível chegar até aqui por barco com saída da Praia dos Ranchos ou da Praia do Meio.
No horário que estivemos, a maré estava baixa, podendo atravessar a pé com a água até o joelho. Devido ao feriado estava lotado de pessoas.
Ficamos um pouco aqui, descansando da trilha e apreciando o lugar do alto das pedras.

Pedra que engole
Para chegar lá, seguir pela Rua Principal de Trindade (Rua Dr. Sobral Pinto) até o final e virar à direita na Rua Eufrásio do Carmo. No final desta rua há uma entrada à esquerda, que leva ao Rio dos Codós. Subindo pela direita do rio, há uma entrada que dá na Cachoeira dos Codós. Subindo mais um pouco pela margem esquerda do rio chega-se à pedra que engole.
É uma pedra grande, em que o rio passa por baixo, saindo pelo outro lado. As pessoas entram pela passagem de cima sendo tragadas pelo rio e saindo por baixo. Na parte que fica de baixo da pedra é possível parar e respirar sem problemas, pois a pedra forma uma gruta que fica escondida. Na saída da pedra forma-se uma pequena piscina natural, boa para relaxar e se refrescar.

Passeio de escuna
Para o sábado, tínhamos programado fazer o passeio de escuna, porém, deixamos para fechar o mesmo no dia anterior à tarde. Na pousada é possível fazer a reserva, mas devido ao feriado e por ser tarde, não tinha mais. Assim, resolvemos andar pela cidade para fechar com outra empresa. Achamos que seria mais fácil, entramos em várias e já estavam esgotados. Quando, finalmente, conseguimos fechar com a Estrela da Manhã, R$ 63 por pessoa.
Assim, pouco antes do horário marcado, 10:30h, estávamos no cais para embarcar.
A embarcação estava bem cheia, com música ao vivo e serviços atenciosos.
Com aproximadamente 8h de passeio, incluindo ida, volta e paradas em umas 5 praias.
Passando pela Ilha Comprida, que é considerada o aquário natural de Paraty. Nesta parada podemos ver alguns peixes da região.
Seguindo o passeio até a Lagoa Azul, que aqui acontece uma parada para almoço, com os pratos do restaurante a bordo. Pedimos porção de peixe empanado, não lembro o valor, mas era bem servida e gostosa.
Seguimos para a Praia da Lula, linda praia com águas cristalinas, perfeita para mergulho.
Na sequencia, a Praia Vermelha, umas das paradas mais belas do passeio.
E por fim, passamos pelo Saco da Velha, antes de retornar ao cais.
Entre o trajeto, o pessoal da escuna vai contando curiosidades e histórias da cidade.

Paraty 33
Para nossa primeira refeição na cidade procuramos um lugar para um petisco ou porção pois já era tarde e não queríamos estragar o jantar.
Assim, andando pelo Centro, achamos o Paraty 33 um lugar descontraído, aberto, apesar de pouco movimento e que servia justamente o que estávamos procurando. O ambiente é temático de esportes e passa jogos de futebol, inclusive naquela noite teria.
Entramos e logo nos trouxeram o cardápio. Achamos o atendimento rápido e simpático.
Pedimos Jorge Amado (cachaça artesanal de Paraty com cravo e canela, gelo, limão e maracujá), R$ 21,90, e a cachaça Gabriela, R$ 10,90.
As porções escolhidas foram: mini empanadas tradicionais argentinas (4 unidades recheadas com carne picada na faca, ovos, azeitonas e cebola), R$ 24,90, e camarão Paraty 33 (300g de camarões médios empanados), R$ 62,90. As porções são bem apresentadas e quantidades legais para 2 pessoas. Estavam bem saborosas.

Banana da Terra
Para uma comemoração, um jantar em um restaurante escolhido a dedo: Banana da Terra.
Não fizemos reserva, então tivemos que esperar, mas nada muito demorado. Pelo menos naquele dia.
Um casarão branco com portas amarelas e detalhes em azul e vermelho. Por dentro, tudo muito sofisticado e atendimento excelente.
Sentamos numa mesa no meio do salão, podendo observar todos os detalhes e até o movimento da rua.
Dividimos a entrada, panelinha de lula, camarão e vieiras com vinho branco, raspas de limão, alho e azeite, R$ 41. Não preciso dizer que me encantei com a apresentação, né?? Amo quando os pratos são diferentes. Gostamos do sabor, porém, achamos bem pequeno para dividir.
Os pratos principais foram: filé de peixe em crosta de pimenta limão e risoto de palmito pupunha, R$ 95, e costeleta de cordeiro em seu molho aromatizado com azeitona e raspas de limão, purê de cará e creme de taioba, R$ 98. Pratos maravilhosos!! Desde a apresentação, quantidade e sabor.
Satisfeitos, mas sempre cabe a sobremesa. Torta quente de banana, calda de vinho do Porto, farofa de castanha de caju e sorvete de canela, R$ 34, e banana, paçoca de amendoim da casa e sorvete de doce de leite, R$ 31. Lindas e saborosas.
Resumindo: Jantar sensacional… Amamos!!

Finlandês Sorvete Artesanal
Uma sorveteria no Centro Histórico com sabores de sorvete bem diferentes e gostosos. Vale a pena uma parada na sorveteria Finlandês Sorvete Artesanal, pedir um sorvete e ficar sentado nas mesinhas, seja do lado de dentro ou na rua, de olho no movimento dos turistas e locais. Seja no meio da tarde ou à noite, é agradável. Não precisamos dizer que paramos por aqui várias vezes durante o tempo que ficamos na cidade, ne?? Gostamos mesmo!!

Cervejaria Caborê
Já tínhamos pesquisado sobre este lugar antes de nossa partida para a cidade. Ao chegarmos, passamos na frente e não poderíamos deixar de incluir uma refeição na Cervejaria Caborê. Assim fizemos.
Quando chegamos não estava lotada, talvez por ainda ser cedo. Escolhemos uma mesa do lado de dentro, bem perto da porta.
Logo que sentamos, nos trouxeram o cardápio e já pedimos uma régua de degustação das cervejas (pilsen, escura e trigo), R$ 25, além da caipirinha, R$ 19,20.
O prato escolhido foi a moqueca Caborê (moqueca de peixe, camarões e lulas ao molho de tomate, cebola e pimentões, acompanha arroz branco e pirão, servido na panela de barro), R$ 172. O pirão é servido numa caldereta e cobrado a parte, R$ 10. Não tínhamos comido moqueca em outros lugares, então não temos ideia do gosto, nem com o que comparar, mas gostamos do que foi servido e achamos bem servida a porção.
Dividimos a sobremesa, banana flambada (banana flambada com cointreau e gengibre, salpicado com canela, guarnecida de sorvete de creme), R$ 24,50.
Gostamos bastante do lugar e do atendimento, e acreditamos que deve ser ainda mais legal curtir um fim de tarde na área externa, degustando das porções e cervejas ali produzidas.

Casa Coupê Restaurante
Para curtir uma noite de sábado, preferimos ficar ali no Centro mesmo e parar em uma das mesinhas que ficam na rua, na calçada da Casa Coupê com música a vivo (couvert), R$ 5 por pessoa. Mesmo bem movimentado, o atendimento é bom e rápido.
Pedimos Jorge Amado (Gabriela, limão e maracujá), R$ 9,90, além de chopp.
As porções escolhidas foram: mini hamburguers (tradicional (pão gergelim, hamburguer, molho especial, alface, tomate, queijo prato), cheddar (pão integral, hambúrguer, molho especial, queijo cheddar, bacon crocante, cebola caramelizada), francesinho (pão francês, hambúrguer, molho especial, reliche de pepino, queijo gruyère, bacon crocante, alface e tomate), blue (pão sem gergelim, hambúrguer, molho especial, creme de gorgonzola, bacon croncante, alface e tomate) e cordeirinho (pão de hambúrguer, hambúrguer de cordeiro, molho especial, queijo brie, alface e tomate)), R$ 37,90, bolinhos de feijoada (6 unidades, acompanha torresminho e mini caipinha), R$ 35,59, e pasteizinhos de camarão (10 unidades com requeijão cremoso), R$ 41,50.
Gostamos muito daqui, lugar descontraído, música legal, atendimento bom, porções gostosas e bem servidas.