Gonçalves/ MG

Mais uma comemoração e, procurando por destinos próximos para curtir um final de semana, acabamos escolhendo Gonçalves como destino.
Saímos de Jundiaí/ SP no dia 06 de setembro de 2019 por volta das 15h, chegando às 18:30h, andando cerca de 170km.

Gonçalves é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, localizado na Região Imediata de Itajubá, e é atualmente a pérola da Mantiqueira, um dos pólos turísticos em forte desenvolvimento na Serra da Mantiqueira, fazendo parte do circuito turístico Serras Verdes do Sul de Minas.

Apesar de estar como cidade turística, ainda é pouco conhecida entre os turistas, então é um lugar perfeito para se desligar da correria do dia-a-dia e aproveitar a natureza, a cidade pequena e gostosa, além de curtir a culinária mineira.

Pousada Villa Catarina
Foi difícil escolher a pousada, uma mais linda que a outra, mas fizemos uma ótima escolha: Pousada Villa Catarina!!
Assim que chegamos na cidade, fomos para a pousada, onde ficamos por 2 noites, R$ 1.324.
No alto do terreno, a edificação com recepção, sala de estar e restaurante/ área do café. Deck de madeira, luzes baixas, móveis de madeira, janelas grandes com vista para a serra, além de um atendimento super simpático deixam o lugar todo especial. Ah, não podemos deixar de citar sobre o Bruce, o cão da pousada que é quase o embaixador da pousada.

Lá da recepção é possível ver a piscina de borda infinita e alguns dos chalés.

O café da manhã é super gostoso, tudo fresquinho, feito na hora e bem caseiro, vários sucos, pães e bolos.

Ahh, o chalé!! Claro que foi esse o ponto alto para escolhermos essa hospedagem. Ao entrar, do lado esquerdo fica a cozinha, com pia, microondas e frigobar, taças, talheres e abridor de garrafa. Já super gostamos!! Uma parede dividindo o lavabo com secador e depois o banheiro com banheira e enormes vidros fixos com vista para as montanhas, além de uma porta para o deck/ sacada do quarto. Ah, os itens do banheiro são produtos Natura!!
O quarto é super aconchegante, espaçoso e decoração rústica bem legal.. nos pés da cama e em um degrau abaixo fica um sofá, lareira e porta de vidro de correr para o deck.. Sensacional!!

Um item negativo, mas pontual, foi que não conseguimos regular a água da banheira, só saía água fria. Avisamos uma vez a recepção, no sábado, que nos deram orientações do funcionamento por telefone. Tentamos algumas vezes, não conseguimos e não voltamos o caso para o pessoal. Na hora de irmos embora, perguntaram o que achamos e, ao citar que gostamos muito de tudo, mas que infelizmente não tínhamos aproveitado a banheira, ficaram chateados e informaram que devíamos ter chamado novamente. Enfim, a banheira seria um diferencial sim, mas não deixamos de aproveitar e curtir a pousada!!

Por estarmos cansados da viagem e por termos visto algumas fotos dos pratos do restaurante da pousada, escolhemos jantar por aqui. E que super decisão, tudo muito bem feito e delicioso!!
Fizemos a reserva antecipada por e-mail, onde já informamos os pratos escolhidos: ceviche de truta, R$ 39, fillet mignon grelhado com risoto de queijo brie com alho poró, R$ 69, risoto de fillet mignon com pinhão, R$ 66. As sobremesas escolhidas foram: mousse de queijo com calda quente de goiabada, R$ 22, e telha folhada com doce de leite, queijo minas e geleia de pimenta, R$ 25.
Tudo muito bem apresentado e delicioso!!

Janelas com tramela
Pesquisando, vimos muitas indicações para uma refeição aqui no Janelas com tramela, então, claro que não deixamos de conhecer.
Foi nosso primeiro almoço.
Chegando por volta das 13h, estava bem movimentado, mas uma mesa vazia dentro do salão, bem ao lado da janela.
O ambiente é super legal, gostoso, descontraído e com decoração rústica, simples, que te deixa bem à vontade.
O atendimento é em simpático e rápido, dão sugestões e explicam o cardápio.
Pedimos porção de queijo coalho (queijo coalho grelhado acompanhado com melaço da casa), R$ 28. Delicioso!!
Para acompanhar, cachaça Gonçalves, R$ 8.
Os pratos principais foram: truta com alcaparras (truta grelhada coberta com molho de alcaparras, arroz Piamontesa e purê de batatas), R$ 49, e porco na lata (pernil de porco assado, torresmo, couve, manteiga, arroz branco, farofa e tutu de feijão), R$ 48.
Acompanhados de cerveja local artesanal Tereza (600ml), R$ 35.
Finalizamos com as sobremesas: Romeu e Julieta (creme de catupiry e creme de goiabada), R$ 18, e arroz doce com canela, R$ 14.
Comida bem feita, bem apresentada, com aquele gostinho bem caseiro!!

Cervejaria Confra da Mantiqueira
Já havíamos visto alguma coisa sobre a cervejaria Confra pela internet, mas depois de percebermos que é bem conhecida aqui na cidade, decidimos ir até a cervejaria.
Só depois é que notamos que fica em outra cidade, em Córrego do Bom Jesus, onde andamos por quase 30 minutos em estrada de terra.
A surpresa ainda estava por vir e foi quando o GPS informou que tínhamos chegado ao destino final. Bom, imaginávamos um lugar bonito, grande. Mas, pelo contrário, é bem pequeno, simples, apenas uma galpãozinho com uma placa que quase passa despercebida.
Na sala menor, fica uma chopeira tipo caseira.
O pessoal que estava ali estava tudo à vontade, como se estivesse em casa com os amigos.
Já que andamos tudo isso, não deixamos passar em branco, pedimos cerveja R$ 10 (copo) e uma garrafa, R$ 41.
Naquele sol que estava, não tinha uma sombra para apreciar a cerveja, nos arrumaram uma cadeira e sentamos no meio do terreno em frente aos portões da cervejaria.
Quem vê a bonita garrafa, não imagina como é o lugar. Mas valeu a experiência.

Sítio Três Barras
Pouco antes do portal da cidade, um pequeno produtor orgânico conhecido como Sítio Três Barras, oferece temperos, geleias, pestos, açúcares, sais especiais, entre outros produtos, além de uma vista ímpar!!
A bonita casa fica numa pequena estradinha de terra, saída da principal, e pertence a psicóloga Maria José, conhecida como Zezé, que escolheu trocar a cidade de São Paulo por esta, comercializa suas receitas, depois de plantar produtos orgânicos em seu sítio e testar as receitas com toque familiar.
Logo na entrada, fica a casa com varanda, redes e bancos confortáveis e vista para as montanhas. Atrás da casa, lado direito da entrada, uma área coberta, com os diversos produtos à venda, além de uma mesa grande com vários deles para degustação com torradas.
Se tiver tempo e um pouquinho de fome, dá para passar um tempo por ali, já que o atendimento é totalmente diferenciado, super atencioso, ela explica todos e insiste para experimentar.
Conhecemos o sítio em nossa primeira refeição na cidade, onde tinha geleia de pimenta com maçã na sobremesa e achamos deliciosa!!
Claro que trouxemos uma para casa, além do açúcar com especiarias.

Alambique Três Barras
Saindo do sítio, paramos no alambique, bem perto.
Um lugar bem simples, mas com cheiro forte da cachaça que leva o nome da cidade, além do simpático pessoal que te atende, explica e sugere sabores e garrafas para comprar.
Insistiram para que provássemos, mas estávamos cheios ainda do almoço e agora pelas torradinhas, além de estarmos dirigindo.
Mas já que estávamos ali, compramos uma garrafa para levarmos de lembrança.

Cervejaria 3 Orelhas
Mais uma parada para degustação e apreciar o pôr-do-sol antes do jantar.
Dessa vez, um local pesquisado antes da viagem e muito aguardado: Cervejaria 3 Orelhas.
Foi bem fácil chegar, logo na entrada é possível ver a bonita e moderna construção, estacionamento grande, além da bela vista dos arredores.
A cervejaria foi inaugurada em 2017, com ambiente interno no térreo e andar superior, além de mesas na área externa.
Quando fomos, estava bem movimentado, não tinha lugar nas mesas, mas nos acomodamos no gramado mesmo e foi uma tarde bem gostosa!!
O lugar é todo de vidro, então é possível ver todos os equipamentos e fermentadores para a produção das cervejas.
Pedimos Mantiqueira (300ml, amber lager com centeio, 5,5%, 18 IBTU), R$ 12,e abróba (300ml, abóbora defumada, gengibre do brejo, noz moscada, zimbro e cardamomo, 6%, 25 IBTU), R$ 16.
As cervejas são muito gostosas, o ambiente super descontraído e aconchegante, atendimento ok, ou seja, indicamos uma tarde por lá, sim!!

Restaurante Sauá
Ahh, aquele restaurante que ficou marcado para sempre: Sauá!!
Imaginávamos que seria bom, mas superou nossas expectativas!!
Ele fica dentro da Pousada Bicho do Mato, uns 8km de distância de onde estávamos, a estrada é toda de terra e escura, mas valeu a pena.. infelizmente a foto da fachada ficou bem escura.
Fizemos reserva antecipada então logo que chegamos, por volta das 20:20h, nos levaram até a mesa.
O lugar é super bonito, elegante, móveis de madeira, toalhas brancas, luzes baixas e taças nas mesas, além de grandes janelas, que não dava para ver nada por ser à noite, mas imagino que no almoço a experiência deve ser outra.
O ambiente é todo aberto, tendo visão para algumas salas com sofás, lareiras, cozinhas, fogão à lenha..
O atendimento é diferenciado, sempre disponíveis e atenciosos.
Pedimos bruschetta pomodoro com queijo cantagalo meia-cura (6 fatias recheadas de pão italiano ao forno), R$ 26, escalope de contra filé ao molho de shitake com risotto de queijo de cabra, R$ 58, e costelinha suína ao barbecue de goiaba com purê de mandioquinha e crispies de couve, R$ 53.
Gente, que pratos são esses?? Bonitos, porções suficientes e deliciosos!! Mesmo não gostando de goiaba, o molho da costelinha estava super saboroso.. Adoramos!!
Finalizamos com brownie de café com pé de moleque calda de café e sorvete artesanal de creme. Como os outros, bem bonita a apresentação.
Ficamos tão empolgados com os pratos e o lugar, que acabamos não marcando o valor da sobremesa. Tá valendo, né??

A Pioneira Chocolates
Claro que antes de irmos embora, paramos nA Pioneira Chocolates.
Muitas recomendações e dicas referentes a variedade dos chocolates da Mantiqueira, além de licores artesanais, cafés especiais, paletas mexicanas, fondue com frutas e souvenirs.
A fachada já encanta pela simpática bicicleta com flores que fica na porta e, ao entrar, o cheiro dos mais variados estilos e formatos de chocolates.

A Senhora das Especiarias
O lugar mais recomendado e que gostamos muito: A Senhora das Especiarias.
O espaço não é muito grande, mas bem acolhedor.
No meio da sala tem uma mesa comprida, com várias geleias, temperos, conservas, antepastos e chutneys, além de torradas para degustação.
Encostadas em todas as paredes, ficam as prateleiras com os produtos disponíveis em dois tamanhos diferentes.
Não é barato, mas são deliciosos. Vale a pena levar o que gostar e lembrar da cidade, no nosso caso, o destaque foi para a geleia de morango com pimenta.

Feirinha de Orgânicos
Pelo fato de a cidade ser reconhecida pela produção de alimentos orgânicos, temperos diferentes, ingredientes frescos, vale a pena passar pela feirinha de orgânicos da Mantiqueira.
A feira acontece todos os sábados em um galpão aberto onde os produtores locais plantam na cidade e contam com o selo de qualidade de Gonçalves, que refere-se a procedência a manejo de cada item.
Além de verduras, legumes, frutas, temperos, queijos, biscoitos, mudas de plantas, é possível encontrar artesanato, doces e salgados para comer no local.
Tem várias mesas e cadeiras dos mais variados tipos e materiais espalhados pela área. Para quem tiver um pouquinho mais de tempo, sugerimos esse tempo tão próximo à natureza.

Igreja de São Sebastião das 3 Orelhas
São Sebastião das Três Orelhas é um povoado pacato, cuja vida social gira em torno de uma singela igreja, no centro da vila, rodeado por um várias casas aos pés da serra, emolduradas por paisagens nativas da Mata Atlântica.

Não há confirmação exata do porque do curioso nome dado ao pitoresco lugar. Segundo informações do site da Prefeitura Municipal de Gonçalves, a versão popular para o nome São Sebastião das Três Orelhas diz que o nome “faz referência a uma história local, segundo a qual havia um morador dono de algumas terras que tinha um colono que tirava muita coisa do seu pequeno pedaço de terra. Um dia esse colono abateu três dos seus porcos e separou os pedaços. O dono das terras viu as carnes e propôs ao colono que lhe vendesse as seis orelhas de porco, esse recusou (regateou, como se diz em Minas) e após muita negociação concordou em trocar somente a metade das orelhas por um pedaço de terra.

Essa história se popularizou entre os moradores e região e o lugar ficou conhecido por Três Orelhas. Com o crescimento do povoado, foi erguida uma capela dedicada a São Sebastião, sendo que o povo fazia a junção dos dois nomes: da igreja e do nome do popular do vilarejo. Assim ficou, Capela de São Sebastião e o nome do lugar, Três Orelhas, por fim, passou a ser nome do povoado, São Sebastião das Três Orelhas, tudo junto.

Pedra do Forno
A pedra do forno é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Gonçalves, sendo avistado de vários pontos do município. Ela tem uma altitude divulgada de 1970m e o aceso ao seu topo se dá por uma trilha que começa no restaurante do Zé Ovídio.

A trilha não apresenta maiores dificuldades, é bem demarcada e pode ser percorrida em aproximadamente 1h de caminhada em passo médio e constante. Fomos por volta das 10:40h, encontramos apenas um casal já descendo quando ainda estávamos subindo. Quando descemos as escadas, aí tinha uma galera subindo..
Uma trilha em meio a mata com uma vista de 360º no topo, além de uma capela (que infelizmente não vimos, só descobrimos depois vendo fotos na internet).
A maior parte da trilha é subida em meio a mata, quase chegando, um caminho plano e, por fim, um trecho de rocha, e na parte mais íngreme com grampos de aço. Para mim, a parte mais difícil foi descer.

Casa da Cultura – Áurea Vieira Camargo
É daqui as fotos mais conhecidas do município de Gonçalves.
O prédio da Casa da Cultura fica logo no início do trecho da Rodovia AMG 1930, no portal da cidade.
Não só entramos no prédio, onde tem informações turísticas, como subimos no segundo andar pra tirar fotos da cidade.

No domingo, após o café da manhã, antes de voltarmos para casa, fomos conhecer as cachoeiras da região. A ideia não era entrar e curtir as piscinas naturais devido a temperatura das mesmas, por isso deixamos para o último dia. Começando a trilha às 9:30h e voltando às 11h. Tempo para andarmos nas trilhas de forma calma, apreciando a natureza e tirar diversas fotos.

A partir da pousada tem uma trilha fácil para as principais, assim fizemos, seguindo as placas e conhecemos a Cachoeira  do Cruzeiro, do Retiro e Sete Quedas.

Cachoeira do Cruzeiro
O rio Capivari cai por uma grande laje de pedra inclinada a cerca de 40°, desaguando numa piscina natural. Fica em um campo aberto, um local de grande luminosidade e beleza, a queda tem cerca de 7m de altura.
A trilha que percorremos segue ao lado de um rio de água cristalina que também possuem quedas e piscinas naturais durante o caminho.

Cachoeira do Retiro
É um conjunto de pequenas quedas que formam essas belas e pequenas piscinas naturais.
Suas águas nascem no Sertão do Cantagalo e na ponte do retiro se encontram com as águas do ribeirão Campestre, formando o início do Rio Capivari. Neste trecho entre a ponte do Retiro e o sertão do Cantagalo existe um grande desnível, de forma que o rio corre vários quilômetros em sucessivas quedas.
Este é a queda e o poço principal da cachoeira do Retiro.

Cachoeira Sete Quedas
Um dos atrativos mais visitados do município, possui várias quedas que formam muitas piscinas naturais.
Fica na mesma trilha da Cachoeira do Retiro.
Na nossa opinião a mais bonita queda d’água que visitamos aqui.

Igreja Nossa Senhora das Dores
Em 1878 a capela já estava construída de sapé e taipa e foi transferida em 1897, por sentença judicial, para as margens do rio Sapucaí, local da atual matriz. Sua transferência se deu, pois houve discórdia entre os primeiros moradores e herdeiros da fazenda.
Conhecida popularmente como Capela das Dores dos Gonçalves.
O Capitão Antônio Carlos elevou Gonçalves a Distrito da Paz, trouxe a Agência dos Correios e o Cartório de Registro Civil, em 1909.
A construção do alicerce da atual Igreja Matriz foi iniciada em 1920, por iniciativa das famílias Gonçalvenses, que buscavam com carros de boi, maciços blocos de pedra da região.
No ano de 1949 foi concluída a reforma da igreja com a construção de uma torre com estilo moderno.